quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

No teu colo

Hoje também fui feliz. Estado de graça... é assim que me sinto. Sei que me sai do corpo em horas seguidas de trabalho, horas solitárias, em respostas maldispostas e de mau-feitio. Mas fiz aquilo que eu mais gosto e fi-lo com proveito.

Hoje, quando pequei na Nikita e senti o cheiro doce das ameixeiras em flor, senti toda a gratidão do mundo. Fui buscar água e reguei os vasos, mudei as plantas, beijei os meus pais e fiz uma hora de ginástica. Posso descansar, por hoje.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Vida


Amá-lo ainda é um desperdício tão grande que até eu dou conta disso.
Por isso beijo-te com raiva. Porque tu és o outono e as minhas árvores estão todas em flor e cheiram a memórias de dias felizes.

A minha velhice

Pensei mesmo que estava a ficar velhotita.
Afinal é uma escherichia coli que me põe a correr para o quarto de banho. Acho que fiquei mais descansada... vou ver na net o aspecto do bicho. Aí está! Credo... que nojo.


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Ligações improváveis


O percurso que liga os peixes do Sermão de Santo António a Frodo Baggins é irregular e tortuoso. Mas dá tanto gozo como projectar uma ponte ou fazer programação de computadores.

Com a vantagem de poder sentir, sorrir e chorar ao mesmo tempo.


domingo, 24 de fevereiro de 2008

Contraditório... mas era de esperar outra coisa?

Estive a pensar que o amor por alguém pode ser um eixo estrutural, aglutinador, e que a ausência desse princípio pode ser motivo de dispersão sem sentido. Quando amamos sabemos onde pertencemos, queremos estar onde estamos ou não queremos.
Sem esse motivo, parece que tanto faz, e voamos ao sabor da doçura das palavras, de uns olhos mais atentos e de umas mãos mais ternas.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Por hoje é isto.

Estou exausta, acho eu... na verdade nem consigo achar nada.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Olá, Nikita


Que saudades do teu sorriso, princesinha, quando bates as palmas e danças!


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Picasso e Aristides


Fazes de propósito, minha querida?


Perdão nº 1, mas com prazo de validade

Querido Pê,
afinal telefonaste até me conseguires encontrar. Pelo menos salvaste as antenas. Vamos ver o que vem por aí.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

A minha amiga com nome de flor

- Ciranda?
- Sim, querida?
- Estás ocupada? Podes falar comigo?
- Diz, lindinha.
- Estou grávida. Minha amiga, vais ter mais uma sobrinha.

Chamaste-me irmã e envolveste-me na tua felicidade. Vais ter um bébé, mulher!!!

Parabéns

Porque continuas a ser o melhor homem do mundo, os meus parabéns, querido mano.

Com a tasca do Zé foi o mesmo

No Fidel gosto das barbas de Matusalém.
E expliquem-me isto: vai-se o Fidel e indica o irmão para o substituir...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Coisas que gosto de roubar à Vague




Aviso nº 1

Pê,

és um idiota. E se não respondes à minha mensagem em tempo útil, juro que vou aí e te esfrangalho as antenas.
Muito tua (não sei por quanto mais tempo), Ciri.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Cary Grant


Acordei estremunhada depois de adormecer algum tempo no sofá, embrulhadinha na manta. Mesmo a tempo de rever An affair to remember (1957), com Cary Grant e Deborah Kerr.
Deitei-me apaixonada por ele.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Horizonte

Gosto deste poema, sobretudo da última estrofe. Mas leiam tudo.

O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp'rança e da vontade
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte -
Os beijos merecidos da Verdade.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Contas de mercearia

Curiosamente hoje vi o Jorge.

Era alto, moreno, sorriso fácil e simpático. Estávamos nos últimos anos do liceu e tive por ele uma violentíssima paixão. Fiz versos, sonetos. Fiz-me encontrada e desencontrada. Achei que ele me amava, porque repetira muitas vezes, quando me passou a letra, o coro final do I still loving you, dos Scorpions. Tremi quando dançámos um slow numa festa de turma, na centésima aula de Português. Chorei quando, numa carta, me disse que não tinha por mim os sentimentos que eu esperava. Foi delicado. Mas chorei, tanto...
Está gordo e careca. O tempo é o meu melhor aliado nestas vinganças de mercearia...

Vamos lá lembrar coisas

Comprei uma caixa de chocolates. Mandei fazer um embrulho vistoso, cheio de fitas e florinhas, enorme. Pedi que to entregassem e quis ser mosquito para te ter visto corar, sorrir, o que fosse. Nesse dia disseste que me ias amar para sempre, ser o meu cavaleiro andante.

Sempre detestei romances de cavalaria.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Hoje, estou feliz.







Não sei a hora, mas sei que há a hora.




"Da última nau": não bate a bota com a perdigota, eu sei, que é como quem diz não bate o primaveril das rosas com o sebastianismo da Mensagem. Mas eu hoje estou assim, feliz. Porque fui muito boa naquilo que sei fazer de melhor. Rocei as asas na porta do paraíso. Ainda sinto o fremor nas penas e o júbilo nas palavras.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Mito

Há dias em que as palavras fazem mais sentido.

Que importa o areal e a morte e a desventura
Se com Deus me guardei?
É o que eu me sonhei que eterno dura,
É esse que regressarei.

Mensagem, "D. Sebastião".

Niniane

Vamos viajar mais? Já tenho Mp3, já não te vou chamar mal-educada por estares com essas coisas sempre nos ouvidos e não falares comigo...

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

A propósito do Génesis


Vivemos longe do paraíso donde fomos expulsos. Mas estou em crer que viveríamos sempre longe, de qualquer maneira.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Lucidez


Ainda penso que um dia conseguirei ver tudo com lucidez.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

www.cochilo.eu

Amor cão… é um amor tramado.
Precioso como um osso que se esconde num buraco recém-escavado: só nosso, sempre ali, à beira do focinho.
Montar guarda ao amor como ao osso: com tempo, com atenção, com certezas.


NOTA: as camas são um espanto, acreditem que eu vi. Mas o texto que acompanha o flyer é de uma ternura que me aquece o coração. Tal como o fazem os bichinhos que eu afago: a Cocas, a Yuri, a Lubi e a Lichia. Cada um na sua cochilo.

Até a loucura tem tempo e lugar

D. Sebastião Rei de Portugal

Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.

Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que besta sadia,
Cadáver adiado que procria?

(Pessoa, 20/02/1933)

Pasárgada



Vou-me embora pra Pasárgada.
Lá serei quem eu não sei.


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008


Paula Moura Pinheiro é uma mulher linda e interessante e gosto muito do trabalho dela no Câmara clara, programa que passa na RTP2.
Mas, desta vez, teve em palco outra mulher cujo entusiasmo me deixou rendida: Isabel Almeida falou com paixão e com sabedoria da obra do Padre António Vieira.

Eu sou a princesa do reino da tia Ci



quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Vieira

O Padre António Vieira, da Companhia de Jesus, nasceu a 6 de Fevereiro de 2008. Celebra-se o IV Centenário do seu nascimento, iniciando-se hoje, com variados eventos, o Ano Vieirino de 2008.
Gosto muito de ler os textos de Vieira, sobretudo alguns dos seus sermões. Mas não gosto de escrever sobre ele. Por isso, deixo ficar um excerto do Sermão de Quarta-Feira de Cinza, pregado em Roma, na Igreja de Santo António dos Portugueses, em 1672, glosando o versículo Memento homo, quia pulvis es, et in pulverem reverteris.

"Ah serpentes astutas do mundo, vivas e tão vivas! Não vos fieis da vossa vida nem da vossa viveza; não sois o que cuidais, nem o que sois; sois o que fostes e o que haveis de ser. Por mais que vos vejais agora um dragão coroado e vestido de armas douradas, com a cauda levantada e retorcida, açoutando os ventos; o peito inchado, as asas estendidas, o colo encrespado e soberbo, boca aberta, dentes agudos, língua trissulca, olhos cintilantes, garras e unhas rompentes: por mais que se veja essa dragão já tremular nas bandeiras dos Lacedemónios, já passear nos jardins das Hespérides, já guardar os tesouros de Midas: ou seja dragão volante entre os meteoros, ou dragão de estrelas entre as constelações, ou dragão de divindade afectada entre as Jerarquias: se foi vara e há-de ser vara, é vara: se foi terra e há-de ser terra, é terra: se foi nada e há-de ser nada, é nada; porque tudo o que vive neste mundo, é o que foi e o que há-de ser. Só Deus é o que é".


Lazarim

Tive um carnaval muito sossegadinho, mas quem não teve e se atreveu a sair de carro (começo a ter medo dos excessos...) enviou-me uma memória bem simpática.


Créditos: Alex.

Like the leaves

Nas minhas deambulações à procura de Ulisses:

Generations of men are like the leaves.
In winter, winds blow them down to earth,
but then, when spring season comes again,
budding wood grows more. And so with men
one generation grows, another dies away.
(Iliad 6.181-5)

Pode ser movido a álcool... eu não me importo.

A Alstrom apresentou em La Rochelle o novo comboio AGV (Automotora de Grande Velocidade), que percorre mil quilómetros em três horas, com considerável redução no consumo de energia e nas emissões de dióxido de carbono, concebido com 98% de material reciclável ou reutilizável. Para além disso, deve ser um comboio lindo e confortável.

A empresa britânica Reaction Engines apresentou o projecto de um novo avião supersónico, pronto em 2032, capaz de ligar Londres à Austrália em quatro horas, impulsionado a hidrogénio líquido, transportando trezentas pessoas.

Ok... eu espero. Entretanto continuarei a meter de vinte a vinte euros de gasolina 95 no meu Polo, à espera que de uma vez por todas revolucionem o mísero motor do meu tão necessário transporte particular.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Linhas que nos ligam




sábado, 2 de fevereiro de 2008

Espelho meu

Estava a escrever uma acta (não tenho feito outra coisa...) e disse a mim mesma: só te levantas quando acabares tudo. Passados cinco minutos passarinhava pela casa, a ver se já estava quente, se o termómetro tinha subido alguma coisa. Quando me sentei não pude de deixar de sorrir: acho que são as minhas pernas que se levantam e me levam! Problemas de concentração e de vontade.

Mas a questão não foi essa. Passei pelo espelho e vi um mocho. Com óculos eu pareço um mocho. E tenho rugas no canto dos olhos. Eu sou o mocho do meu escritório.
Acho que me vou mascarar mesmo. Uma longa cabeleira, uma mascarilha preta, um baton intenso e brilhante, botas de cano alto. Mas acabarei as actas a tempo? Mais tudo o resto que me ocupa o vidro da secretária e me aflige a alma? Com o andar da carruagem vou-me mascarar pela Páscoa.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Conheço tantas

Resolvi ver os telejornais, coisa que não consegui fazer a semana inteira, ou porque estava a trabalhar ou porque estava a dormir no sofá. Mais valia ter continuado na minha santa ignorância porque, a bem dizer, eu também não queria ter assinado projectos daquilo.
Típicos anos oitenta instalados na paisagem.

Conta-me, avó!

Eu tinha os olhos a fecharem-se, mas a pequenina queria conversa, e como eu já andava curiosa e queria apontar umas coisas, fiz perguntas.
Pelos vistos, a minha casa resultou de duas casas, com um pátio no meio (imagino um daqueles pátios cheio de tojo, com rosmaninho de vez em quando, como o da casa da avó da Cunha...). De um lado, vivia a tia Ana, irmã da avó Lu, com o marido, o tio Eduardo; do outro vivia a bisavó Rosa, com a catrafada de filhos que teve, muitos emigrados no Brasil (lembro-me de a avó referir o tio António, e a tia Maria, que ficou solteira, senhora muito doente, mas que era a enfermeira da aldeia, e dava injecções... e tudo).
A memória da avó não vai mais atrás, mas ela sabe muitas coisas. Pelo menos estas ficam apontadas. A avó pode ter dito mais, mas acho que eu adormeci agarradinha a ela, cheirando a banhinho fresco.

Pontos de vista

Hoje, no messenger:

- Que vais fazer de tarde?
- Brincar ao gato e ao rato.
- ???
- Depois explico-te.

Passo à explicação: se eu era o gato, o rato escapuliu-se sem eu dar conta: se eu era o rato, então o gato anda de barriga cheia e não quer nada comigo. De qualquer das formas, foi um flop e resolvi acalmar a adrenalina numa sesta com a minha avó.