sábado, 9 de fevereiro de 2008

Até a loucura tem tempo e lugar

D. Sebastião Rei de Portugal

Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.

Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que besta sadia,
Cadáver adiado que procria?

(Pessoa, 20/02/1933)

6 comentários:

Glaukwpis disse...

Olha um texto sobre o doido que foi de marmadura em pleno calor para os lados de África... devia ter uma visão à frente da sua écopa ( pensando já como se sentiria um arganaz dentro de um microondas!)
Louco, Pessoa? Quem não louco naquela época sem TV CABO?
Beijos, Ciranda!

Glaukwpis disse...

*faltou o "era"!

Anónimo disse...

Apesar de tudo o que leio, ainda acho que era um puto insuportável e devia era ter levado duas palmadas no rabo. Mas não... foram todos atrás dele para o deserto...

Glaukwpis disse...

Palmadas no rabo? Pelo que leio, levou algumas... Daquelas que ele devia gostar, se é que me faço entender...

cereja disse...

Que engraçado, um poema do Pessoa, hoje que deixei no meu estaminé uma recordação com 70 e tal anos onde aparece a foto do senhor...

Anónimo disse...

Deixa-me lá ir ver, Emiele.