quarta-feira, 29 de julho de 2009

Naufrágio


Raramente sonho. Os meus sonos costumam ser descansados. Um sono só. É muito bom.

Mas hoje sonhei com naufrágios, com navios-fantasma, desertos de marinheiros e outras criaturas do mar. Acordei com a impressão de um suave marulhar, comigo em cima de uma prancha de madeira, meia desmaiada, num alto mar cinzento, com o céu carregado, sem praia nem rochedos à vista.

Quis voltar a dormir e a sonhar para ver se morria ali mesmo, gelada, afogada, comida por tubarões... ou se a história tinha um final feliz nos braços de um capitão de navio pirata. Não consegui. Ouvi ao longe um marulhar, é verdade, mas era o tambor da máquina de lavar-roupa que tinha programado para as seis e meis da manhã... é tão desconcertante descobrir o fundamento vulgar de sonhos tão inflamados!

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