terça-feira, 8 de abril de 2008

Crónicas do mosteiro

Levantei-me ainda com os olhos fechados e o espírito adormecido. Segui pelo claustro. A noite nunca é completamente noite, mas não foi o branco dos lírios que me acordou de vez; foi o cheiro do jasmim, intenso, subindo pelas colunas, que me encheu o peito. Vesti a cogula e entrei no coro.
No silêncio das sombras, as velas eram cânticos acesos. Ajoelhei, recolhida nesta emoção que me atinge todos os dias. Deixarei o mosteiro no dia em que não sentir este nó na garganta ou este calor que transborda nos olhos molhados.
Levantei-me para entoar o ofício da noite e afastei o véu que discretamente me escondia, agora serena, tranquila.

2 comentários:

Glaukwpis disse...

Perfect*

Anónimo disse...

Yes, she is.
A irmã gémea, ao contrário, é por demais pecadora...