quinta-feira, 17 de abril de 2008

Artes da ficção

"Durante nove anos, Blimunda procurou Baltasar. Conheceu todos os caminhos do pó e da lama, a branda areia, a pedra aguda, tantas vezes a geada rangente e assassina, dois nevões de que só saiu viva porque ainda não queria morrer."
Memorial do Convento

Só uma coisa me consola, já Kant o disse há dois séculos, que a felicidade não é um ideal da razão mas sim da imaginação. Vale o mesmo para o amor de Blimunda Sete-Luas e de Baltasar Sete-Sóis, que flutua na intemporalidade da ficção, como as vontades que ergueram a passarola.

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