terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Wallflower

De repente as pétalas do girassol caíram. E depois as sementes. E depois o caule vergou e pendeu sobre a terra. Um a um vão desistindo os girassóis.

Deambulo com o regador de lata na mão com água fresca e inútil.

sábado, 23 de janeiro de 2010

A queda do gato-anjo

Há dias, horas, momentos (nem sempre a duração faz sentido...) que cristalizo e deixo suspensos. Volto lá de quando em quando, procurando equilíbrio ou aventura, dependendo do estado de espírito. Mas tento não ficar lá muito tempo. São vislumbres do passado ou do futuro, que foram ou que podiam vir a ser, mas sem substância presente, insustentáveis no quotidiano.

Ontem caí de um dos meus mais belos cristais. Foi uma queda feia. Fiquei estatelada nas pedras da calçada e não me levantei durante algum tempo, atordoada. Depois, devagar, segui caminho. Com um sorriso satisfeito, lambi as manchas e alisei o pêlo, sacudi os bigodes brancos e ergui o rabo dourado e ponta branca para ver do vento. Olhei para o alto, a memória ainda brilhava... fica aí, eu volto. Palavra de anjo.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Rafael

Juro que quando me lembro dele lhe chamo Rafael! Esguio, como um junco, olhos claros como água. Líquido.
Hummm.

Não aguento outros

Gosto muito de estar sozinha. Às vezes esqueço-me porquê e depois lembro-me da pior maneira.
Burra que nem um testo.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Sangue frio

Não sou mulher de grandes opções.

Até porque descobri que é preciso ter sangue de barata e conviver, just by side, com situações que não são minhas, nem queria, nem pensava delas. Mas, já agora, vamos lá a ver.

Mas não deixes o sangue ficar quente e virar "ciranda". Essa seria morte certa. Tu não és gata, e já morreste vezes suficientes.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Fraca metáfora

Por que hei-de limitar-me ao branco se as paredes também podem ser de outras cores?