sábado, 23 de janeiro de 2010

A queda do gato-anjo

Há dias, horas, momentos (nem sempre a duração faz sentido...) que cristalizo e deixo suspensos. Volto lá de quando em quando, procurando equilíbrio ou aventura, dependendo do estado de espírito. Mas tento não ficar lá muito tempo. São vislumbres do passado ou do futuro, que foram ou que podiam vir a ser, mas sem substância presente, insustentáveis no quotidiano.

Ontem caí de um dos meus mais belos cristais. Foi uma queda feia. Fiquei estatelada nas pedras da calçada e não me levantei durante algum tempo, atordoada. Depois, devagar, segui caminho. Com um sorriso satisfeito, lambi as manchas e alisei o pêlo, sacudi os bigodes brancos e ergui o rabo dourado e ponta branca para ver do vento. Olhei para o alto, a memória ainda brilhava... fica aí, eu volto. Palavra de anjo.

7 comentários:

Olinda disse...

:-) que doçura de texto.:-)

Ciranda disse...

Tu é que és doce Sinhá, e percebes de brisas e gatos malhados. beijo.

Unknown disse...

Simplesmente magnifico!!!Tem uma boa semana beijo

Ciranda disse...

Tu também, pequenina.

Glaukwpis disse...

Gatinha!

Rute Augusto disse...

Tão tu Ciranda :)
Beijinho
***

Berenice disse...

deliciar-me-ia a ouvir o resto da história... mesmo, mesmo!!!