Quando as andorinhas cresceram e começaram a voar fui à garagem e dei-lhes grande admoestação: que fossem à vida, que a temperatura andava nos 35 graus, que as noites estavam amenas e que eu queria limpar a garagem de uma vez por todas. Foi o grande o alarido. Alarido é a palavra certa... nunca pensei ter um bando de andorinhas a reclamar comigo. Já estão avisadas: no próximo ano imigrem mais cedo porque vão ter de procurar casa nova. Ao menos os gatos têm um caixote de areia...
Depois foram as vespas. Já viste aquele ninho que tens ali debaixo da telha, filha? Aquilo são vespas, papá? Eram. Nos meus jantarinhos nocturnos nunca incomodaram, mas de dia começaram a rondar ameaçadoramente à minha volta. Queriam beber do meu café, comer da minha torrada, cheirar-me os cabelos, tirar-me o pólen... e o ninho ia crescendo. Deixei de ser senhora do meu pátio e instalou-se a desconfiança. Fui cobarde, eu sei. Esperei pela coberta da noite... no fim de contas elas eram mais de vinte. Apanhei-as a sono solto, enquanto sonhavam com os meus amores-perfeitos, hibiscos, rosas e hortênsias e congeminavam forma de me arrastar para o interior dos favos.
Pelo menos este ano não tive um carreiro de formigas a atravessar a relva, nem lagartos a apreciar a bancada da cozinha. Só mesmo moscas.
4 comentários:
Se os tipos da Associação ANIMAL vêem isto, vais ter manif à tu porta!
Um beijo
Aproveitam e limpam a garagem...
:)
eu voto nas andorinhas.:-)
bem Cirandinha não foste cobarde...elas estavam a invadir a tua propiedade...sendo assim eu também sou também te ajudei...hehehehe
bjs
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