Dizia-me a Rosa, prima e vizinha: apetece-me dormir, infinitamente.
Às vezes também me apetecem coisas semelhantes. Não me apetece pensar, infinitamente. Mói-me e dói-me o espírito de tão devairadas coisas que o habitam. Amanhã queria ser alface, depois batata, depois água, depois gata, depois eu, apenas um dia, e depois ser feijão-verde, depois sumo de laranja, depois galinha, depois eu, apenas um dia... por que não posso viver e pensar mais devagar?
Por que é que o absurdo faz cada vez mais sentido?